O amor é uma ressaca eterna. Ressaca
física, moral, psicológica, patológica e até mesmo contagiosa. Invade e
perturba-nos no tédio, nos sonhos, no ônibus. Quando inconsciente, a tradução à
consciência é rápida e dolorosa. A necessidade de intensidade faz com que
corramos atrás do porre e nos embriaguemos até que o coração se despedace em
restos de nós mesmos em sanitários e sanatórios sujos e corrompidos de ressacas
alheias.