Ríamos como crianças no
parque, e chorávamos diante da beleza de existir. O muro derretia, assim como
minha alma diante daquela profunda viagem em si mesmo. O céu me chamava, me
expulsava, girava e voltava ao mesmo lugar. Tudo em questão de segundos.
Quisemos subir no muro para ver o pôr-do-sol, e nos deparamos com um singelo
quintal de avó. Não tínhamos onde buscar forças para levantar para trocar de
música, pois esse ato nos privaria daquele pedacinho de céu por alguns minutos,
e eram minutos sagrados. A música nos transmitia calma. Ela ajudou a tornar o
mundo mais óbvio aos nossos olhos. Aquele momento que fomos à caça do paraíso
parecia um passado muito distante. E o paraíso tornou-se infinito.
O infinito tornou-se o único sentido.